sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Vocês estão prontas, crianças?

Veio da Alemanha pra filosofar
Schopenhauer Calçaquadrada!
E falou da Vontade pra tudo alcançar
Schopenhauer Calçaquadrada!
Se a realidade é o que você quer
Schopenhauer Calçaquadrada!
E a felicidade ficou para os peixes!
Schopenhauer Calçaquadrada!
(...)
Repete ad infinitum.

Também pode ser chamado de Schopenhauer Squarepants.

O Frito

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Papel Higiênietzsche


Pra quem não fica só no discurso.


Entregamos em domicílio!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O Natal do Santa Karl.

Criança boazinha, criança malcriada
Filho da nobreza, filho da empregada
Tempo de alegria: Natal do Santa Karl
Mas tem burocracia, presente é tudo igual.

Platão em chamas.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Acostumando-se à liberdade

"Acabo de descobrir que sou o último homem da face da terra. Estive escondido e protegido num abrigo nuclear nos últimos 12 anos e o último contato que tive com alguém de minha espécie foi há 16 anos, na ocasião da morte da minha esposa. Desde então, o mundo pareceu-me demasiado hostil e eu resolvi proteger-me.
Descobri ser o último porque acabaram meus suprimentos e tive de sair para comprar água. Para minha surpresa, não havia ninguém para não dirigir palavra alguma. Ao contrário, só cadáveres putrefatos e odor de carniça.
(...)
Acabo de me dar conta do quão feliz estou. Estou livre. Pelo menos, livre de todos ao meu redor. Posso entrar em qualquer lugar e usar o que quiser usar. Comer o que quiser comer. Não preciso de dinheiro, nem armas, nem qualquer outra coisa que possa envolver um novo personagem.
(...)
Ou talvez, eu ainda esteja preso. A ausência total dos outros me dá a sensação de que eu fui o único ainda não liberto. Estou preso a esta realidade, a esta matéria, a este odor, a estes cadáveres.
Eu estava preso a um abrigo antes. Agora descubro que estou preso a mim mesmo.
(...)
Portanto, decido tirar minha própria vida. A quem achar esta carta, deixo o mundo e a ausência dele.
Faça bom proveito.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O Iditoa

A família Iditoa era famosa pela grande casta de filósofos e detetizadores que produzia. O primeiro Iditoa chamava-se Herbert e é conhecido como "O Pioneiro" quando a partir de um erro de cartório seu sobrenome ganhara esta grafia. O interessante é que sua mãe, morta chamava-se Claudinne Fontainne e seu pai chamava-se Herbie. Portanto, ninguém sabe como ele se chamaria se o escriturário do cartório não fosse uma mula analfabeta.
Mas esta estória não quer contar sobre as peripécias do Pioneiro, mas sim do seu bisneto, Julian. Julian era o caçula de uma prole de 13 filhos conhecidos pela mãe. Seu pai era alquimista nas horas vagas, o que o tornava um alquimista de tempo integral, já que era desempregado de nascença. Sua mãe era uma morsa.
Todos os 15 e mais o cachorro da família, Cão de Merda, viviam em um casebre muito humilde construído pelo patriarca no meio de uma linha de trem. Papai passava o dia inteiro fora de casa dormindo. À noite, voltava para casa e dormia ainda mais. Mamãe era muito gorda e vivia comendo folhas o tempo todo. Os 12 irmãos nunca eram vistos por Julian, mas papai assegurava que eles existiam.
Julian estava sempre com o Cão de Merda e não conseguia entender como é que ele poderia ser filho de sua mãe, já que tinham personalidades tão diferentes. Enquanto ela só queria comer e nunca mencionava palavra alguma, ele passava fome porque não gostava de arbustos e era tão curioso e tão falante que às vezes acordava seu pai, que berrava para ele calar a boca e parar de irritar a sua mãe.
Mas numa tarde dessas em que Julian estava muito inquieto, seu pai o chamou lá da sombra onde dormia e contou-lhe a verdade:
- Meu filho, você já está grande e já deve saber a verdade: eu não sou seu pai nem ela é sua mãe. Tome seu rumo. Você é um Iditoa.
Embora tenha sido estranho ouvir aquilo, Julian já sabia.
- Eu sei, papai. Eu sei que sou um idiota.
- Não, idiota! Iditoa!
- Então! Idiota.
- Não! Que imbecil...
- Mas não era idiota?
- Olha, menino. Eu não sou seu pai. Ela não é sua mãe. Você é um Iditoa. Veja isso.
E deu um papel todo amassado para o menino, que olhou e viu uns vários desenhozinhos pretos bem pequenininhos em fila. Alguns completavam a fila, outros não. Reparou que existiam uns que eram iguais entre si e uns bem pequeninos no fim de cada fileira. Mas não em todas as fileiras.
- É muito bonito papai. Mas pra que que serve?
- Não sou seu pai! Eu não sei pra que que isso serve. Você não sabe ler?
- Não. O que é isso?
- Nem eu. Mas também acho esses desenhozinhos bonitos. Quem sabe ler entende os desenhos.
- Uau!
- Pois é. Agora vai embora. Não me procure. Pega este papel de desenhos bonitos e procure por alguém chamado Iditoa. Ele é seu pai.
- Ah, é?
- É. Agora toma teu rumo.
- Tá. Obrigado, pai.
- Vai tomar no...
E assim, Julian chamou o seu companheiro, o Cão de Merda, e partiu para encontrar seu verdadeiro pai, o Iditoa, munido apenas de um papel com coisinhas desenhadas. Sua primeira missão era entender o que significavam os desenhozinhos bonitos e para isso, precisava de alguém que soubesse ler, o que quer que isso significava. Tinha apenas 8 anos e o mundo pela frente.

Técnica do despensamento

O Despensamento, técnica de purificação mental muito utilizada por monges curdos anões no período de evacuação consiste em um processo de desobstrução do caminho teórico pressuposto de alcance do estado máximo de leveza espiritual na busca pelo gozo pleno de satisfação mental e biológica do corpo em relação à condição causal de aquisição de força e energia proveniente da luz, do ar, do fogo, da terra e da água. Principalmente da água.

O viés deste processo se dá quando os éteres provenientes do ínfimo de tudo o que obstruía previamente se desprendem e ganham caminho para o infinito, levando consigo o estado de plena satisfação interior anteriormente alcançado e projetando novas provações na eterna caminhada em busca do ser.

Igualzinho a cagar.